DICAS DE GEOGRAFIA
FIM DO EMBARGO ECONÔMICO AMERICANO A CUBA
23/02/2015 14:10
Conhecido em Cuba como "el bloqueo", o embargo dos Estados Unidos em relação a Cuba consiste em uma interdição de caráter econômico, financeiro e comercial imposta pelos EUA ao governo cubano no ano de 1962. Posteriormente, o bloqueio tornou-se lei no começo dos anos 90.
O então presidente Bill Clinton, no ano de 1999, aumentou a proibição comercial entre as duas nações ao limitar as comercializações de filiais estrangeiras de empresas americanas com Cuba em setecentos milhões de dólares por ano. Com a ampliação do esquema de interdição, o embargo a Cuba é considerado um dos mais longos do mundo contemporâneo.
Porém, o embargo não impede completamente que os EUA relacionem-se com a economia cubana. A partir do ano de 2000, a exportação de alimentos norteamericanos para Cuba teve autorização com a condição de que o pagamento fosse realizado sempre à vista, sendo que os produtos deveriam ser pagos antes que as embarcações saíssem dos portos dos Estados Unidos. Desta forma, os EUA tornaram-se o 7º exportador de produtos alimentícios para Cuba, levando-se em consideração a ajuda humanitária.
As primeiras medidas para o fim do embargo
No dia 17 de Dezembro de 2014 o presidente americano Barack Obama declarou as primeiras medidas para o fim do embargo americano a Ilha Cubana. Assim tornou-se possível a partir daquela data a construção de uma embaixada americana em Cuba, a transição legal de charutos mundialmente conhecidos da Ilha para os Estados Unidos, o fim de processos extremamente burocráticos para ida (turística, religiosa ou de fins jornalísticos) a Cuba e a autorização de vendas e exportações de certos bens dos EUA a Cuba. Por parte de Cuba foi cedido a soltura de três americanos presos políticos presos na ilha por suspeitas de espionagem. São eles: Gerardo Hernández, Antonio Guerrero e Ramón Labañino. O fim do embargo não foi total, pois mesmo com os atos sendo tomados pelos líderes de estado o fim do embargo americano precisa da aprovação do legislativo americano. Mesmo assim o ato foi mundialmente conhecido.
Declaração de Barack Obama: "Nós vamos encerrar uma abordagem que por décadas falhou em defender nossos interesses, e em vez disso, vamos começar a normalizar as relações entre os dois países. Por meio dessas mudanças, nós queremos criar mais oportunidades para os americanos e para o povo cubano, e começar um novo capítulo entre as nações das Américas."
Declaração de Raúl Castro: “Isso não quer dizer que a questão principal tenha sido resolvida.” (...) “O bloqueio econômico, comercial e financeiro, que provoca enormes prejuízos humanos e econômicos ao nosso país, deve cessar.”
Em discurso na Assembleia Nacional, Castro reconheceu que a suspensão do embargo "será uma luta longa e difícil", que também necessitará da mobilização da comunidade internacional e da sociedade americana.
Ele ainda destacou que a decisão de restabelecer relações diplomáticas com os EUA não significa que Cuba renunciará às ideias socialistas que marcaram o rumo da nação por mais de meio século.
"Não se deve pretender que para melhorar as relações com os EUA Cuba renuncie às ideias pelas quais lutou", afirmou Castro.
Cuba foi declarada uma nação socialista em abril de 1961, pouco mais de três meses depois que os EUA romperam relações com a ilha e fecharam sua embaixada.
"Foi dado um passo importante, mas ainda falta resolver o essencial, que é o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba, recrudescido nos últimos anos em particular no âmbito das transações financeira", enfatizou.
O presidente cubano disse estar disposto a falar sobre qualquer tema, mas isso significa que também se deve abordar a situação nos EUA. "Temos firmes convicções e muitas preocupações sobre o que ocorre nos EUA em matéria de democracia e direitos humanos." Fonte: Associated Press
Após o acordo os dois líderes conversaram durante 45 minutos ao telefone presidencial. Os dois comemoraram as medidas e se declararam a mídia. O ato foi o primeiro acordo entre Cuba e EUA em 53 anos. O Secretário americano de Relações Internacionais diz se sentir feliz em poder ser o primeiro em seu posto a ir a ilha em quase 60 anos.
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