DICAS DE GEOGRAFIA


FARC - CESAR FOGO NA COLÔMBIA

29/08/2016 20:58

BOGOTÁ - O esperado cessar-fogo bilateral e definitivo entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) começou à meia-noite local (2h em Brasília) desta segunda-feira, 29, uma decisão histórica que encerra 52 anos de conflito armado no país, graças ao acordo de paz negociado em Cuba.

"Neste 29 de agosto começa uma nova história para a Colômbia. Silenciamos os fuzis. Acabou a guerra com as Farc!", escreveu o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, em sua conta no Twitter.

No primeiro minuto do dia, as mensagens relacionadas ao início do cessar-fogo inundaram as redes sociais para anunciar o que se denominou popularmente de um "novo amanhecer" para o país.

"A partir desta hora os colombianos começam a viver um momento histórico e desejado por anos #AdiosALaGuerra", publicou a Chancelaria em sua conta no Twitter.

O ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, e o alto comando militar e policial devem dar uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira para fazer um balanço das primeiras horas do cessar-fogo.

No domingo, durante a abertura em Bogotá da 38.ª Caminhada da Solidariedade pela Colômbia, Santos pediu que os colombianos votem “sim” no plebiscito do dia 2 de outubro, que servirá para confirmar ou recusar o acordo.

“Mais de meio século de guerra nos deixou anestesiados, acostumados a que a cada dia morressem compatriotas, soldados, camponeses, guerrilheiros, em razão deste confronto absurdo”, acrescentou o chefe de Estado. “Nos acostumamos tanto com guerra que nos esquecemos como se sente a paz, como se sente um país normal.”

O cessar-fogo definitivo por parte das Farc também foi confirmado à tarde em Havana pelo chefe máximo da guerrilha, Rodrigo Londoño Echeverry, conhecido como “Timochenko”. “Muito emocionado preparando o anúncio mais importante que precisei fazer em minha vida, perante o mundo e a Colômbia”, escreveu ele em sua conta no Twitter.

O fim das hostilidades é um marco na história da Colômbia, que durante 52 anos viveu o conflito armado com o grupo guerrilheiro. A disputa deixou cerca de 8 milhões de vítimas e 220 mil mortos.

Desde o começo da negociação Santos defendeu que o cessar-fogo deveria acontecer na fase final do processo para evitar que qualquer incidente armado arruinasse os diálogos em Cuba. No entanto, desde 20 de julho de 2015 rege o último cessar-fogo unilateral das Farc como medida para criar confiança no processo de paz, que foi respondido pelo governo com a suspensão de bombardeios a acampamentos da guerrilha, o que reduziu de maneira considerável a intensidade do conflito.

O Estado de S. Paulo

29 Agosto 2016 |

 

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