DICAS DE GEOGRAFIA
ECONOMIA DA ÁFRICA
08/09/2015 13:33A ECONOMIA AFRICANA
Apesar da África possuir riquezas naturais e minerais, quem usufrui são as transnacionais ou as pequenas elites dos países africanos, que controlam a produção no continente e ficam com a renda gerada pela exploração dos recursos.
Agropecuária e mineração
Agropecuária – Pastoreio nômade no deserto, pecuária extensiva nas estepes, modernos cultivos de algodão, amendoim, cacau, café, chá, cana-de-açúcar e outros produtos de exportação em meio florestas e savanas: a agropecuária africana é diversificada, havendo predomínio da agricultura de subsistência, em pequenas propriedades, com uso de técnicas rudimentares.
Mineração – Em países como Angola, Nigéria, Mauritânia, Líbia, África do Sul, República Democrática do Congo e Zâmbia, os produtos minerais chegam a representar mais da metade das exportações. Apesar disso, sua exploração ocupa uma parcela muito pequena da PEA. A maior parte da produção é encaminhada sob a forma de minério bruto para a Europa, os Estados Unidos, o Japão e a China.
Nas jazidas encontradas perto da superfície, a exploração é feita por garimpeiros, individualmente ou em pequenos grupos, usando-se métodos simples de trabalho. Em alguns casos, a extração de diamantes mobiliza o trabalho escravo de jovens e crianças e se associa ao contrabando das pedras preciosas e ao tráfico de armas. Isso acontece, por exemplo, em Serra Leoa, em Angola e no Congo.
Nas jazidas mais profundas, que exigem equipamentos modernos de sondagem e perfuração, a extração é feita por grandes companhias mineradoras, principalmente estadunidenses e europeias.
A África e a DIT
O modelo colonial colocou a África no papel de fornecedora de matérias-primas e de compradora de produtos industrializados das potências europeias. Essa posição subordinada na Divisão Internacional do Trabalho (DIT), que se estabeleceu especialmente entre os países exportadores de bens manufaturados, que detêm o capital e o poder econômico, e os países exportadores de matérias-primas, com mão de obra barata e industrialização quase inexistente, reforçou a prática das atividades agrícola e mineradora no continente, contribuindo para o aumento da miséria e a péssima distribuição de renda.
A industrialização tardia e incompleta
O setor industrial dos países africanos, de modo geral, não apresenta diversificação nem dinamismo suficientes para sustentar um desenvolvimento econômico autônomo. As exceções são o Egito e a África do Sul.
Por serem compradores de produtos industrializados dos países do centro do sistema capitalista, as nações africanas permanecem como meras exportadoras de matérias-primas (minerais e produtos agrícolas). A grande necessidade de produtos industrializados e a pequena disponibilidade interna, impede uma acumulação de capitais no continente, pois a maioria dos escassos recursos financeiros acaba sendo canalizada para o exterior com as importações.
Boa parte das indústrias que atuam em solo africano é composta de transnacionais ou de empresas ligadas a grupos tradicionais da pequena elite africana que concentra os lucros.
Programas de industrialização – O processo de industrialização iniciou-se na África após a descolonização, nas décadas de 1950 e 1960.
Nos países onde ocorreu algum desenvolvimento industrial, criaram-se as condições para:
· Fortalecimento das economias nacionais, possibilitado pelo aumento da renda das populações e do consumo interno, assim como pela geração de novas atividades produtivas e novos postos de trabalho;
· Incremento das bases econômicas nacionais, visando diminuir as importações e aumentar a poupança interna dos países;
· Surgimento da Organização da Unidade Africana (OUA), criada em 1961, buscando das unidade política e estabilidade econômica e territorial à África;
· Aumento do grau de beneficiamento das mercadorias, com o objetivo de aumentar a lucratividade dos setores voltados para a exportação.
Obstáculos à industrialização
· Pequena participação no comércio mundial. As exportações africanas ainda são reduzidas, mas têm conseguido isenções de tarifas especialmente por parte da União Europeia.
· Escassez de capital. As nações africanas são obrigadas a recorrer a empréstimos internacionais, elevando suas dívidas externas.
· Remessa de lucros. As transnacionais estabelecidas na África remetem os lucros para seus países de origem.
· Escassez de mão de obra qualificada. A baixa qualificação dos trabalhadores africanos desestimula a instalação de indústrias modernas no continente, no contexto da globalização econômica.
· Mercado interno restrito. Grande parte da população africana ainda reside na zona rural e tem baixíssimo poder de compra.
· Guerras civis. As guerras interétnicas e intertribais abalam economias e populações em diversos países da África.
A integração econômica da África
Apesar dos incessantes conflitos, a integração econômica do continente africano é possível. A África tem potencial econômico, exemplificado pelas riquezas minerais, pela grande biodiversidade e pela capacidade criativa de seus povos e culturas.
Algumas tentativas políticas têm sido realizadas para promover a unidade e a prosperidade econômica do continente, entre elas a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e a União Africana (UA).
A SADC, maior bloco comercial da África, enfrenta problemas nas esferas política, econômica, social, militar, ambiental e cultural. Um dos maiores desafios é conseguir colocar em prática um protocolo sobre livre circulação de pessoas e produtos. Isso porque o bloco não tem o respaldo da chamada sociedade civil dos países africanos nos programas de ação que propõe.
A UA surgiu em julho de 2002, em substituição à Organização da Unidade Africana (OUA). Uma de suas realizações para enfrentar a instabilidade política no continente foi a criação do Conselho de Paz e Segurança, destinado a intervir em conflitos étnicos e tribais para prevenir genocídios.
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